Achando que o ano ia demorar para passar, planejei sentar embaixo de jabuticabeiras, tomar um toddynho, ouvir uma música e ver a vida passar. Me preparava para ver bolhas de sabão flutuando ao meu lado.
Mas as bolhas foram grudando, pouco a pouco em mim, me chamando para viver. E eu, que ainda passava pelas laranjeiras - veja você, ainda me faltavam as macieiras para chegar às jabuticabeiras -, me vi participando da roda. Vesti, sim, minha eterna máscara da felicidade. Afinal, é meu jeito de não me expor, de não ter que dar explicações. Mas sorri com vontade e chorei quando senti necessidade. Confesso que em certos momentos reprimi meu desejo de abraçar, mas nunca o de sorrir. Meu riso é frouxo e se espalha pelos ares. Me vi alimentando meu lado infantil e tentando não envelhecer no meu mar de maturidade. Me coloquei na corda bamba da razão e da emoção. Me confundi, errei, escorreguei e estou levantando aos poucos. Me arrisquei. E como! Vi que meus planos não necessariamente se realizaram, mas percebi que os imprevistos podem ser bons. As jabuticabeiras me esperam pro ano que vem, mas eu não as espero e não faço questão de sua espera. Porque 2010 não precisa ser um ano de marasmo. E se depender de mim, não será. Por mim, será o ano de correr por todo o campo. Ver laranjeiras, macieiras; passar pelas jabuticabeiras; colheirei flores e frutos. Serei eu ao máximo, mesmo não sabendo quem sou. Talvez eu seja assim, confusa, mas sempre me enchendo de desejos e esperanças, pois sonho. E sonho com prazer
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