Olá Renato,
Ainda não me conhece. Talvez isso nunca aconteça - apesar de que torço bastante. Sou sua fã e sonho em casar contigo. Sôo tola, eu sei. Mas se gosta de "meninos e meninas", por que não gostar de mim?
Queria pedir para tomar cuidado, Renato. Uma nova doença surge nos anos 80. AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Ela vem se espalhando pelo mundo e agora pelo Brasil. Imagino que seja por causa dessa moda: Sexo, Drogas & Rock'n'roll que nosso país vive.
Essa enfermidade vem por meio do uso de drogas injetáveis e seringas usadas por pessoas soropositivas - aquelas que possuem a doença - e através de relações sexuais sem camisinha. Ela não mata, por mais estranho que pareça. A AIDS deixa sua imunidade baixa, tornando-o capaz de morrer até mesmo por uma gripe forte e mal-curada. Estimo-lhe dizer que sim, milhares de pessoas vêm morrendo. E ainda não há cura. Quando digo ainda, falo de meu tempo também, pois estamos em 2010 e até agora o que temos são pesquisas em desenvolvimento e um coquetel que controla a reprodução do vírus.
Cazuza morrerá pelo mesmo fato. Ele ficará magro, fraco e careca. E o mesmo acontecerá com você, querido Renato. Porém você vai preferir esconder isso do público e da imprensa. Resguardar-se-á em seu quarto e lamentará sozinho pelo rumo que a vida de um grande dissipador dos ideais jovens levará. Lamento por você. Lamento muito.
Não imagina a admiração que sinto! Você é meu ídolo por tantas frases geniais que me permitiu refletir sobre o país em que vivo - "Que país é esse?" - com injustiça, corrupção e hipocrisia - "Ele queria era falar pro presidente pra ajudar toda essa gente que só faz sofrer"; e pelo modo com que descreve sentimentos sentidos apenas por nós dois (eu e você) - "E é só você que tem a cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi".
É, Renato, "mudaram as estações, mas nada mudou". E apesar do "mundo andar tão complicado", você possui milhares de fãs. E nós, admiradores da voz da juventude, não só de Brasília, mas de todo o Brasil, sentimos sua falta. Não sei se podemos mudar o destino, muito menos sei se é certo. Mas quero que saiba que "és parte ainda do me faz forte, pra ser honesto, só um pouquinho infeliz" e que ainda te tenho como ídolo e sempre terei. Escolha o caminho que lhe parecer menos torturante. Tenho certeza que não soará como burro, sempre será nosso herói.
Com carinho,
Luiza