domingo, 30 de maio de 2010

Deixa a cair, deixa secar. Me deixa te beijar

Aquele sol batendo no para-peito da janela foi esconder-se por trás de nuvens e junto dele foi-se a felicidade. Incrível como dias de chuva sempre tocam no mais íntimo lugar do meu coração. Bate aquela solidão, aquela vontade de se estar junto sem poder e de ser aquecida por braços que um dia se propuseram a me abraçar. A chuva cai, o sol se esconde e eu fiquei só, esperando pelo telefone que nunca tocou e pela carta que não chegou - e jamais foi enviada.
Mas por que fechar a janela quando a chuva começa a cair forte e gelada? Deixo molhar tudo, deixo chover. Lavo a alma  e deixo a chuva levar os pensamentos que não prestam. Deixo-a trazer sonhos bons. E depois, a água que ficou, o sol seca. 

Ainda espero que você me beije debaixo de chuva. Cena de filme que eu sempre desejei. Eu e minha fixação por chuva. Eu e minha fixação por você. Você e a chuva... como combinam!

Estou ausente, eu sei. Mil perdões. Ano de vestibular, tudo tão corrido e difícil. A UERJ está aí, batendo a minha porta. Duas semanas e meu futuro começa a ser decidido Desculpas sinceras.

domingo, 23 de maio de 2010

Aonde foi parar o chão e o céu?

Nada de novo
Tudo de novo
Só sei que com você,
meu mundo 
ainda fica de cabeça pra baixo
Ainda voo por aí
para te encontrar 
em algum lugar


domingo, 16 de maio de 2010

E eu vi você

A geometria do asfalto me guiava e eu seguia fazendo curvas que me levavam para o mesmo lugar que as retas levariam. Olhava o céu, procurando motivo para ele estar cinza. Choveria a qualquer momento, conseguia reparar. Eu não tropeçava mais em raízes, pisava em caules que eram mais macios e delicados. Estava aprendendo a ser cautelosa com a vida. Então, entre flores, canteiros, pés, cabeças e olhos, milhares de olhares, eu esbarrava em dúvidas e incompreensão. Aí eu vi você.
"How did you move me? Why am I on my feet again? And I see you, whoa. I feel you, whoa"
(Como você me moveu? Por que eu estou sob meus pés novamente? E eu vejo você. Eu sinto você)

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Tirei primeiro lugar no Blorkutando (tema: A casa do Lago) com a minha carta para Renato Russo. Estou felicíssima. Não tenho palavras. Obrigada a todos que leem o blog. Sinto-me leve agora

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"Vai com os anjos, vai em paz"

Olá Renato,
   Ainda não me conhece. Talvez isso nunca aconteça - apesar de que torço bastante. Sou sua fã e sonho em casar contigo. Sôo tola, eu sei. Mas se gosta de "meninos e meninas", por que não gostar de mim?
   Queria pedir para tomar cuidado, Renato. Uma nova doença surge nos anos 80. AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Ela vem se espalhando pelo mundo e agora pelo Brasil. Imagino que seja por causa dessa moda: Sexo, Drogas & Rock'n'roll que nosso país vive.
   Essa enfermidade vem por meio do uso de drogas injetáveis e seringas usadas por pessoas soropositivas - aquelas que possuem a doença - e através de relações sexuais sem camisinha. Ela não mata, por mais estranho que pareça. A AIDS deixa sua imunidade baixa, tornando-o capaz de morrer até mesmo por uma gripe forte e mal-curada. Estimo-lhe dizer que sim, milhares de pessoas vêm morrendo. E ainda não há cura. Quando digo ainda, falo de meu tempo também, pois estamos em 2010 e até agora o que temos são pesquisas em desenvolvimento e um coquetel que controla a reprodução do vírus.
   Cazuza morrerá pelo mesmo fato. Ele ficará magro, fraco e careca. E o mesmo acontecerá com você, querido Renato. Porém você vai preferir esconder isso do público e da imprensa. Resguardar-se-á em seu quarto e lamentará sozinho pelo rumo que a vida de um grande dissipador dos ideais jovens levará. Lamento por você. Lamento muito.
   Não imagina a admiração que sinto! Você é meu ídolo por tantas frases geniais que me permitiu refletir sobre o país em que vivo - "Que país é esse?" - com injustiça, corrupção e hipocrisia - "Ele queria era falar pro presidente pra ajudar toda essa gente que só faz sofrer"; e pelo modo com que descreve sentimentos sentidos apenas por nós dois (eu e você) - "E é só você que tem a cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi".
  É, Renato, "mudaram as estações, mas nada mudou". E apesar do "mundo andar tão complicado", você possui milhares de fãs. E nós, admiradores da voz da juventude, não só de Brasília, mas de todo o Brasil, sentimos sua falta. Não sei se podemos mudar o destino, muito menos sei se é certo. Mas quero que saiba que "és parte ainda do me faz forte, pra ser honesto, só um pouquinho infeliz" e que ainda te tenho como ídolo e sempre terei. Escolha o caminho que lhe parecer menos torturante. Tenho certeza que não soará como burro, sempre será nosso herói.

Com carinho, 
Luiza

domingo, 9 de maio de 2010

Sobre nós dois e o resto do mundo

Não notas que não é sobre você que escrevo? 
Não percebes que de nós dois não resta nada e que outro preenche essas linhas?
Temo ser cruel e despedaçar seu coração, mas temo também faltar-me crueldade para que entenda esse nosso fim.
Não me culpe se não te amo, pois já me culpo por amar a outro.
Apenas deixe-me viver como acho que devo. 
Deixe-me olhar o mundo sob a minha perspectiva. 
Não me julgues nem me apontes.
Siga o seu caminho que seguirei o meu

sábado, 8 de maio de 2010

Gosto muito de te ver, leãozinho

 _ Meu Deus, como você está linda!
 _ Grávida reluz, né?
 Enquanto as pessoas paravam minha mãe na rua, no mercado, no restaurante e até no banheiro feminino, fazendo elogios sempre relacionados àquele barrigão, ela pensava: "Linda? Reluzente? Estou me sentindo um botijão de tão redonda. A barriga pesa, meus pés estão inchados e pareço uma vaca leiteira"
 Às vezes entrava no meu futuro quarto - todo lilás, cheio de estrelinhas pela parede e pelo teto -, sentava na poltrona onde me ninaria e ficava alisando a barriga, pensando nas noites que não dormiria por causa do meu choro incessante e - futuramente - porque ficaria me esperando chegar em casa.
 Por vezes chorou sozinha, escondida, sentindo-se tola, se perguntando se seria uma boa mãe, se saberia me educar, se não erraria em algum momento essencial para a formação do meu caráter... Tinha medo de viver dos excessos, pois sabia que era mais sensato viver em equilíbrio. Ainda assim, sabia também que ser mãe era estar exposta à esses tão temidos exageros.
  Reclamava do meu pai, do modo como ele não sabia arrumar a casa e fazer a comida; choramingava para que ele fosse buscar alguma comida que necessitava comer naquele momento para que eu não nascesse com cara de jaca ou de cupuaçu e tantas vezes mais quis beijar e abraçar forte aquele homem que sustentava a barra nos momentos de surto e de dúvida.
  Tantos pensamentos se passaram na cabeça dessa rainha. Tantas perguntas sem respostas, tantas fantasias e desejos. Sei que sou grão dessa grande e forte árvore. Um dia, serei fruto e espero poder dar-lhe uma flor, apenas uma flor, para retribuir todas as vezes que ela me nutriu com todas as formas de amor.



Mãe, eu te amo. Obrigada por fazer-me ser fruto e hoje, poder dar-lhe flores em retribuição.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Codinome beija-flor

 
Feito beija-flor
Bate as asas acelerado
Busca um mundo desconhecido
Vive o inesperado
Voa para além das fronteiras
Viaja nas nossas bobeiras
Descobre novas flores
Vive nossos amores
Explorador do próprio universo
Pulando de flor em flor
 Suga o melhor de cada uma
Vive fugindo da dor
Beija-flor que há muito me enganou
Soava inocente
E na minha vida
Uma confusão ele criou
E quando pensei que foste ficar,
Voaste para tão longe de mim...
 
By Biatm ░ Créditos: We ♥ it